Investimentos na agricultura paraense garantem crescimento médio de 7% ao ano

Sedap anuncia a ampliação de programas de fomento à agricultura sustentável.

No dia 20 de março, em que se comemora o Dia Mundial da Agricultura, o Pará destaca-se no cenário nacional como um dos dez maiores Estados geradores de valor da produção agrícola no Brasil e o maior da Região Norte. O protagonismo do Pará reflete os investimentos na consolidação e ampliação de programas e políticas no setor estratégico, responsável pela segurança alimentar, desenvolvimento econômico e sustentabilidade.

Segundo dados do “Boletim Agropecuário do Estado do Pará”, elaborado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), o valor da produção da agricultura paraense cresceu em média 7% ao ano, nos últimos 22 anos. Para contribuir com esse cenário de crescimento, a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) desenvolve ações voltadas para otimização e adequação das atividades no campo, através de capacitações em técnicas de produção e gerenciamento.

Gerlany Oliveira é agricultora e beneficiária do 'Territórios Sustentáveis'
Gerlany Oliveira é agricultora e beneficiária do ‘Territórios Sustentáveis’

Uma das beneficiárias, atendidas pela Sedap, é Gerlany Oliveira, presidente da Associação dos Moradores e Produtores Rurais e Agroextrativistas da Comunidade Chico Mendes (Ampracm), em Mosqueiro, distrito de Belém. Ela é agricultora e trabalha na criação de pequenos animais, como galinha caipira e com criação de peixes e frutíferos em geral, como banana, laranja, açaí, pupunha, cupuaçu e hortaliças.

“Sou beneficiária do programa Territórios Sustentáveis, por onde já recebi assistência técnica, calcário, mudas, sementes e agora fertilizantes. Antes, a gente não tinha aquele cuidado com manejo e adubação. Com o programa, a gente está aprendendo que o plantio correto depende de espaçamento, adubação no tempo certo e a nossa perspectiva é ter uma produção maior, para que a gente possa também vender e ter uma vida mais digna”, relata.

Ampliação – Segundo o diretor de desenvolvimento agropecuário da Sedap, Marcos Grande, o Governo do Estado sinalizou para a ampliação dos programas Territórios Sustentáveis, Marajó Sustentável e Programa de Incentivo a Indicações Geográficas e Marcas Coletivas (IG e MC), todos gerenciados pela Sedap.

Horta no sítio de Gerlany Oliveira em Mosqueiro, Belém
Horta no sítio de Gerlany Oliveira em Mosqueiro, Belém

“O programa Territórios Sustentáveis atua em 47 municípios, atende mais de 5 mil famílias e o objetivo é atingir 100 municípios paraenses. Já o Marajó Sustentável integra o programa de desenvolvimento da cadeia produtiva da seringueira e atende em torno de 5 mil famílias. O Programa de Incentivo a Indicações Geográficas tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável de produtos e serviços, como a nossa farinha de Bragança que já obteve o reconhecimento, e esse ano a gente espera aumentar os produtos com esses potenciais recebendo essa indicação geográfica”, explica.

A coordenadora do Fórum Estadual de IG e MC, Márcia Tagore, sinaliza que as ações do Programa serão apresentadas na COP 30, conferência mundial do clima, em Belém. “Os projetos e linhas de ação já estão em fase de implementação e pretende-se apresentá-los durante a COP 30, possivelmente no III SIGEMA, Seminário Internacional de Indicação Geográfica e Marcas Coletivas, edição especial, pois também cumprem papel na mitigação dos impactos climáticos que vivenciamos. As linhas de capacitação e de registro da IG do açaí, mel e cacau estão em fase de negociação”, revela Tagore.

De acordo com o diretor Marcos, a Sedap tem feito convênios, parcerias, termos de cooperação com prefeituras, com órgãos não governamentais, além de investimentos em equipamentos, insumos e assistência técnica para a ampliação de políticas públicas de desenvolvimento da agricultura no estado.

Pará é líder na produção de mandioca (3,8 milhões/T), dendê (2,8 milhões/T), açaí (1,6 milhões/T), entre outros produtos
Pará é líder na produção de mandioca (3,8 milhões/T), dendê (2,8 milhões/T), açaí (1,6 milhões/T), entre outros produtos

COP 30  – Em ano de COP 30, outro programa coordenado pela Sedap, que está em fase de implementação, é o ABC+ Pará que atua na criação do Plano Estadual para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono, com vistas à sustentabilidade. Para isso, a Sedap já realizou oficinas em seis polos regionais – Paragominas; Redenção; Altamira; Marabá; Belém e Santarém.

O coordenador do Comitê Gestor Estadual (CGE) do Plano ABC+, Tiago Catuxo, destaca que o objetivo é levantar as aptidões de cada região de integração e municípios paraenses com relação aos sistemas produtivos. “Vamos levantar as aptidões municipais e regionais para introduzir e/ou expandir os Sistemas de Produção Sustentáveis e estabelecer rede de parcerias para apoio e implementação das ações em cada localidade”, ressalta Catuxo.

Para o diretor de desenvolvimento agropecuário da Sedap, “este é um ano importantíssimo para o estado do Pará e para o Brasil, com o evento da magnitude da COP 30, que vai tratar de meio ambiente e sustentabilidade. A gente espera, através do nosso trabalho, consolidar e ampliar os programas, participar e que o evento possa deixar um legado, principalmente para o povo paraense”, destaca Marcos.

Farinha de Bragança já obteve o reconhecimento de Indicação Geográfica