Formações envolveram servidores, educadores e cooperativas de reciclagem, com foco em coleta seletiva, gestão de resíduos e construção de políticas públicas sustentáveis para a capital paraense.
Na última sexta-feira, 1º, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Zeladoria e Conservação Urbana (Sezel), encerrou um ciclo de capacitações com foco na construção de uma política pública unificada de educação ambiental em Belém. A última formação da semana foi voltada para membros de cooperativas de reciclagem, tendo como tema central Gestão Ágil para Organizações de Reciclagem. O evento, na sede da Sezel, marcou o fechamento de três dias de atividades intensas, com públicos distintos, mas todos conectados pelo compromisso com a sustentabilidade urbana e o combate ao descarte irregular de resíduos.

De acordo com o titular da pasta, Cleiton Chaves, as capacitações representam mais do que simples treinamentos técnicos: são um passo estratégico para fortalecer a atuação da Prefeitura no enfrentamento dos desafios relacionados ao lixo na cidade.
“A educação ambiental precisa estar na base de todas as ações da zeladoria urbana. Quando qualificamos nossos servidores e os parceiros que atuam diretamente nas ruas, nas escolas e nas cooperativas, estamos garantindo que essa mensagem chegue com mais força à população e que os serviços prestados tenham mais eficiência”, afirmou o secretário.
Três dias, três públicos, um objetivo
A primeira etapa das capacitações foi realizada na quarta-feira, 30, com os próprios educadores ambientais da Sezel — profissionais concursados como garis, mas que hoje atuam na linha de frente da conscientização da população. A formação abordou temas como descarte regular de resíduos, diálogo com os moradores e estratégias para ampliar a compreensão da responsabilidade coletiva sobre o lixo produzido.
Na quinta-feira,31, foi a vez de educadores e técnicos pedagógicos da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Semec), da Agência Reguladora Municipal de Belém (Arbel) e dos educadores da empresa Ciclos — que atua na coleta seletiva em parceria com a Prefeitura. O foco foi integrar os diferentes entes que têm contato direto com a comunidade, aproximando a linguagem e os objetivos das ações de educação ambiental.

Pamela Massoud, secretária executiva de Inclusão Produtiva da Sezel, destacou o caráter estratégico da sequência de formações: “A gente pensou em trabalhar essa capacitação em camadas. Começamos com os nossos servidores, depois fomos para os educadores das escolas, e agora finalizamos com os catadores e cooperativas. Todos são peças fundamentais na engrenagem da coleta seletiva e da preservação ambiental. Estamos construindo, juntos, uma política pública contínua, não pontual”.
Formação para cooperativas: profissionalização e protagonismo
A capacitação encerrada nesta sexta-feira reuniu cerca de 50 participantes, entre representantes de cooperativas de reciclagem, catadores autônomos e instituições como o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). O tema foi a aplicação da gestão ágil no cotidiano das cooperativas — com ferramentas como o Kanban (ferramenta de organização visual usada para planejar e acompanhar tarefas), planejamento semanal e uso de inteligência artificial para o marketing — visando otimizar processos, aumentar a produtividade e fortalecer a autonomia desses coletivos.

Trindade Araújo, representante do Movimento Nacional dos Catadores no Pará, participou da atividade e reforçou a importância do envolvimento da sociedade no ciclo da coleta seletiva: “Esse tipo de capacitação é essencial porque a gente aprende mais sobre como cuidar do nosso lixo, como separar o que é reciclável e dar destino certo. Isso muda a vida do catador, muda o bairro, muda a cidade. Não é só o prefeito que tem que cuidar da cidade. A gente também tem que fazer a nossa parte”, declarou.
Construindo um sistema mais orgânico
Segundo a Sezel, o objetivo das capacitações é alinhar ações e criar uma linguagem única de educação ambiental na Prefeitura, que anteriormente era desenvolvida de maneira isolada por diferentes setores. A ideia é transformar iniciativas pontuais em uma política pública contínua, com metas claras, participação popular e acompanhamento técnico.
Os encontros contaram, em média, com a presença de 30 a 50 participantes por dia, e fazem parte do planejamento estratégico da Prefeitura de Belém para consolidar um modelo de educação ambiental integrado, colaborativo e orientado para resultados reais nas ruas de Belém.
“Essa formação é só o começo. Estamos construindo um sistema mais orgânico de atuação, onde cada parceiro, cada servidor, cada catador, entende seu papel e contribui de forma articulada com os demais. A cidade ganha com isso e o meio ambiente agradece”, afirmou o secretário Cleiton Chaves.
