Programa vai revitalizar pontos críticos de descarte de lixo e entulho

Ação da Prefeitura integra órgãos públicos e entidades privadas para a requalificar áreas da cidade que a população hoje não pode usufruir.

Ações de educação ambiental, coleta de lixo e de entulho às margens do canal da travessa Quintino Bocaiúva, no bairro Condor, marcaram na manhã de ontem (11), a divulgação das atividades do Programa Canteiro Verdes, uma iniciativa da Prefeitura de Belém para deixar a cidade mais limpa saudável.

A marginal do trecho da Quintino é um dos 80 pontos críticos de descarte irregular de entulho e lixo doméstico já identificados em toda a cidade pelas secretarias municipais de Zeladoria e Conservação Urbana (Sezel) e de Meio Ambiente e Clima (Semmac).

“No canal da Quintino tem dois pontos críticos, bem na frente da Usina da Paz Jurunas Condor e na frente do [conjunto] habitacional do Promaben. A gente veio verificar, conversar com a equipe que já vai começar a atuar, fazer o porta a porta, falar sobre coleta seletiva, educação ambiental, e atingir o maior número de moradores para que eles entendam a importância desse trabalho de cuidar da cidade, deixar Belém limpa e mais verde”, explica Pâmela Massoud, secretária-executiva de Gestão de Resíduos Sólidos, ligada à Sezel.

Equipes da empresa contratada pela prefeitura começaram a recolher os detritos depositados à margem da travessa, enquanto agentes de educação ambiental, do código de posturas e coleta seletiva da Sezel percorreram as residências e conversaram com os moradores, explicando as regras da coleta do lixo domiciliar.

“A gente orienta o morador sobre o descarte, para aguardarem o dia da coleta. Se for de segunda à sábado, durante o dia, deixar na porta da casa e não levar para o ponto crítico. Esse é o nosso trabalho”, explica educadora ambiental Maria do Carmo Marques.

A dona de casa Adriane Jaqueline aprova a iniciativa da Prefeitura de Belém: “Tô achando bom, assim, tem que orientar direitinho, porque tem pessoas que põem [o lixo] no horário certo, tem pessoas que não põem”, diz ela na porta da casa onde mora há 14 anos na travessa Quintino.

A agente de fiscalização ambiental da Sezel, Rosiane Fernandes, também reforça o papel da população para evitar o descarte irregular do lixo, que ao ser descartado no canal pode provocar alagamentos e levar sujeira para dentro das moradias.

“Você pode evitar tudo isso, deixando [o lixo] na frente da sua residência que vai passar a coleta. Já tem o ponto de coleta de reciclável. Então, tudo isso com a ajuda da população, a gente consegue fazer uma Belém melhor e mais limpa. Mas a população tem que fazer a parte dela”, afirma a agente numa conversa porta a porta com a diarista Maria Cecília dos Santos, moradora da Quintino há 38 anos.

“[A ação educativa] está sendo muito boa. Se continuar assim vai ser uma maravilha para evitar esse problema de os moradores jogarem lixo no canal. Vai ser muito bom. Se a população fazer a parte dela, aí é bom, junto com a prefeitura. A população tem que saber fazer a sua parte, porque não é só a prefeitura fazer e fiscalizar e a gente não ajudar”, acredita Maria Cecília.

Entulho

É comum as pessoas confundiram o entulho com o lixo domiciliar, este último tem a coleta de responsabilidade da administração municipal. Porém, a empresa contratada pela prefeitura também disponibiliza o Disque Entulho (91-98405-3100) para que os resíduos não sejam descartados na rua ou canal. O serviço funciona por agendamento.

“O entulho é tudo aquilo que não tem nenhum tipo de utilidade, mas as pessoas jogam perto ou dentro do canal, ou pagam um carrinheiro para fazer o descarte irregular. Com o agendamento, tem 72 horas para virem recolher. Então, é importante a conscientização do morador para não pagar ao carrinheiro para fazer esse descarte irregular nas vias públicas”, orienta Rosiane.

Programa de ação integrada também conta com parcerias

O programa Canteiros Verdes, a ser lançado oficialmente pelo prefeito Igor Normando na próxima sexta-feira (13), vai iniciar com uma grande ação para revitalizar os 44 primeiros pontos críticos de descarte irregular.

“O programa Canteiro Verde objetiva revitalizar os pontos críticos de descarte irregular de entulho e lixo doméstico em Belém. A ideia é criar jardins e investir no urbanismo tático, para a população não identificar mais esse ponto como uma área de descarte irregular. Será a maior ação de revitalização de pontos críticos e vai começar pela Bernardo Sayão nos bairros do Jurunas, Condor e Cidade Velha, envolvendo toda essa população dos bairros”, diz Pâmela Massoud.

A ação integrada reúne a Secretaria Municipal de Zeladoria e Conservação Urbana (Sezel) e suas executivas de Gestão de Resíduos Sólidos e de Licenciamento e Políticas Urbanas, e as secretarias de Meio Ambiente e Clima (Semmac) e de Educação, Ciência e Tecnologia (Semec), que atuará na rede escolar municipal, além de parcerias com o Governo do Estado, associações de catadores e entidades públicas e privadas.

O superintendente da Secretaria Executiva de Licenciamento e Políticas Urbanas, engenheiro Marcelo Matos, explica o que é o Urbanismo Tático: “O projeto visa a redefinição e requalificação de espaços urbanos a quatro mãos: poder público junto com a comunidade. O principal foco vai ser a requalificação e redefinição dos pontos de descartes irregulares de lixo, que depois serão devolvidos para as comunidades, para que elas sejam o grande fiscal daqueles espaços”.

“A Semmac vai entrar na parte de arborização e paisagismo. Nós vamos criar um espaço para a população poder conviver. Um exemplo foi [no bairro da] Terra Firme, onde a gente fez a revitalização de uma praça que não era utilizada e a população voltou a usá-la”, afirma Alessandra Guia, diretora do Departamento de Áreas Verdes Públicas.

Entre as parcerias na execução das ações do Canteiros Verdes estão as associações de catadores. Jonas de Jesus, cooperado da Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis (Concaves), aprova as ações do programa.

“O nosso intuito aqui é vir trabalhar junto com a Prefeitura para motivar as pessoas a entenderem a importância da coleta seletivaque salva vidas, que dá melhor bem-estar dentro da sua área e, principalmente, gera emprego e renda para pessoas como os catadores. Além disso, deixa a cidade muito mais limpa, encaminha esse material reciclável todinho para a indústria e deixa a cidade com ar de pureza”, avalia Jonas.

Além das cooperativas, o programa terá a parceria do Conexão Cidadã, que trabalha com pessoas em situação de rua, que estão passando por qualificação como preparo de mão de obra local.